domingo, 4 de março de 2012

O Gato Por Dentro

Amando-os ou odiando-os, é inquestionável que os gatos são criaturas encantadoras e misteriosas, que despertam distintas reações para quem quer adentre em seus “domínios particulares”. Devido à sua personalidade heterogênea, sedutora e inconstante, ao longo dos milhares de anos de contanto e relacionamento com os seres humanos (segundo alguns estudiosos mais de nove mil anos atrás), a figura deste animal adquiriu distintos simbolismos.

Em muitas culturas, os gatos, especialmente os “amaldiçoados” com uma pelagem negra, são estigmatizados como símbolos da escuridão e da morte: para alguns japoneses, tem um caráter maléfico, sendo um sinal de mau augúrio, capazes até de matar mulheres para apossarem de seus corpos; para os budistas e cabalistas, são diretamente associados àquilo que é pecaminoso, enganador e vil. Em contrapartida, a simbologia destes animais é quase que heróica para outros povos: entre os egípcios antigos, os primeiros que domesticaram gatos, veneravam entre suas várias divindades antropozoomórficas uma deusa-gato, benfeitora e protetora dos homens, caráter este provavelmente adquirido por ter sido na época largamente utilizado como caçadores das pestes que vagavam pelas casas e armazéns de comida; entre os gregos antigos era associado à lua e à deusa da caça, de características similares à deusa egípcia, como a proteção e a maternidade, diretamente ligadas ao gato doméstico; para determinadas tribos indígenas americanas, por seu comportamento ponderado e observador, o gato é um símbolo de reflexão e sagacidade.


Pessoalmente, considero-os criaturas fascinantes: por não demonstrarem sentimentos tão facilmente, a conquista do seu afeto passa a ser mais recompensadora. Se a crença que animais de estimação imitam traços da personalidade daqueles com os quais convive for verdadeira, o gato talvez seja o melhor espelho dos seus donos, ainda que sem abandonar sua inerente independência.


“The cat does not offer services. The cat offers itself. Of course he wants care and shelter. You don't buy love for nothing. Like all pure creatures, cats are practical.”

William S. Burroughs



Bibliografia:
[1] CHEVALIER, J.; GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos.
[2] http://www.all-art.org/Cats/MYSTERIOUS1.htm
[3] http://en.wikipedia.org/wiki/Cultural_depictions_of_cats

sexta-feira, 2 de março de 2012

Definindo Semiótica

A literatura acadêmica aponta a "semiótica", dentre as suas várias facetas, como "a ciência de toda e qualquer linguagem" ou como "a doutrina formal dos signos". Tendo em vista estes conceitos, podemos questionar dois de seus elementos: a linguagem e o signo. Podemos considerar a linguagem como a manifestação dos signos, o formato no qual estes se apresentam para aquele que os recebe; já o signo é a partícula fundamental da linguagem, aquela que guarda em si um valor de significado. É durante o processo de comunicação, voluntário ou não, que através de alguma forma de linguagem são trocados signos.

Ao processo de decodificação destes signos dâ-mos o nome de interpretação, ou seja, uma atribuição de significado. Geralmente usamos nossos sentidos na percepção destes signos, desde o ato de olhar uma placa de trânsito, onde determinados números, cores e símbolos nos remetem a um certo limite de velocidade, onde o significado passa por um certo treinamento daquela linguagem, passando pelo ato de ouvir uma canção que nos remete a alguém ou algum momento específico da vida ou mesmo ao ato de sentir o aroma de algum prato, que pode nos provocar desde apetite a repulsa, onde os significados tem caráter subjetivo. Por vezes esses significados são construções históricas e culturais, como quando fazemos juízo de alguém por apenas uma de suas características, que nos remetem à arquétipos já pré-concebidos e reduzem o indivíduo à estes arquétipos, inferindo-se assim através destes certos códigos de comportamento esperados para aquele determinado tipo de pessoa.

É através dessa leitura dos signos do mundo, apreendidos no processo de comunicação, e da reflexão sobre os mesmos, que podemos compreendê-los e sermos compreendidos. Postas estas definições, podemos concluir que a semiótica busca uma maior percepção destes signos, como se desenvolvem nos processos comunicativos e por consequente, uma forma melhor de entendimento do ser humano para consigo, para o outro e para o mundo.

Bibliografia:
[1] SANTAELLA, L. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.
[2] ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 1998.
[3] http://ligiacabus.sites.uol.com.br/semiotica/conceito.htm
[4] http://www.pucsp.br/pos/cos/cepe/semiotica/semiotica.htm
[5] http://tecnicaspsicoterapeuticas.vilabol.uol.com.br/semiologia.html